domingo, 1 de janeiro de 2012

Lesnar: a “invenção” do UFC se despede

Lesnar, diante de seu último algoz
(Foto: Donald Miralle/Zuffa LCC)

Antes da luta começar, meu palpite era de que Brock Lesnar usaria seu wrestling de alto nível para derrotar o rival, Alistair Overeem. Qual não foi a minha surpresa ao ver que, na luta principal do UFC 141, o gigante albino fugiu de suas características e não tentou derrubar nenhuma vez seu adversário. E acabou sendo surrado, numa luta que acabou tão rápida quanto a própria carreira no MMA do ex-campeão dos pesados da organização.

Após a luta, Lesnar anunciava que, atendendo a um pedido da família, estava abandonando o MMA. Chega ao fim, desta maneira, uma das maiores jogadas de marketing já realizadas por Dana White – responsável por render milhões de dólares ao UFC e algumas lutas inesquecíveis para os fãs.

A carreira de Brock Lesnar no MMA teve oito lutas, com 5 vitórias e 3 derrotas (4-3 no UFC). Um cartel ruim, se considerar o histórico dos grandes campeões do esporte. Um recorde, no mínimo, interessante, se for levado em consideração os adversários do americano. Venceu atletas de alto nível como Heath Herring, Frank Mir, Randy Couture e Shane Carwin. E só perdeu para grandes nomes – como o próprio Mir, além de Cain Velasquez e, agora Overeem.

A grande questão é que Lesnar não é nem nunca foi um lutador, no sentido literal da palavra. Foi astro de wrestling – incluindo aquela modalidade “combinada”, de entretenimento - e depois jogador de futebol americano, antes de estrear no UFC. Sua força descomunal era um grande trunfo que possuía. Porém, ele não estava habituado a ser golpeado. Tinha medo. E deixou isso claro em várias lutas – o que deixava ainda mais claro que, não fosse sua força tremenda, jamais seria, sequer, um lutador mediano.


Ao longo de quase quatro anos, Lesnar foi uma grande estrela do UFC, apesar de ter feito apenas sete lutas no período. Passou por duas diverticulites que quase lhe tiram a vida e superou-as. Comprou brigas com atletas e público. Era odiado, mas todos queriam vê-lo lutar. O marketing de Dana White foi bom enquanto durou. Agora, é o momento de Lesnar curtir os milhões que ganhou ao longo de sua carreira. E do UFC passar a olhar com mais seriedade e menos brincadeira a categoria dos pesados – que tem no brasileiro Júnior Cigano dos Santos um legítimo campeão.

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